Segundo previsão do juiz Leandro Leri Gross, o debate entre defesa e acusação deve terminar por volta da meia noite. Ele acredita que ainda durante a madrugada os jurados façam a sentença. A denúncia sustenta que o ex-deputado federal Hildebrando Pascoal seqüestrou, torturou e matou brutalmente o mecânico Agilson Firmino dos Santos, o Baiano, entre os dias 1 e 2 de julho de 1996. O crime seria uma vingança contra a morte do irmão do acusado, Itamar Pascoal. Além de Hildebrando, estão sendo julgados Adão Libório de Albuquerque, primo do ex-parlamentar, e o ex-sargento Alex Fernandes Barros.
Os sete jurados acompanham desde as 8 horas da manhã a sustentação oral da acusação feita pelo promotor de Justiça Álvaro Pereira. O Ministério Público Estadual pede pena máxima por homicídio triplamente qualificado. Além de ser morta com vários tiros na cabeça, a vítima teve pernas, braços e pênis mutilados com emprego de motosserra e terçado (facão), além de ter os olhos furados e um prego enfiado na cabeça. "Laudo confirma a morte por múltiplos instrumentos, terçado, motosserra", afirmou o promotor na abertura da acusação.
O acusado já está condenado a 88 anos de cadeia por conta de outros crimes, entre eles dois assassinatos de testemunhas de acusação contra ele. Ao todo, as penas chegam a 88 anos, mas pela lei ele só pode cumprir no máximo 30 anos. A Promotoria tenta demonstrar que a tese da defesa de Hildebrando de desqualificar os depoimentos de testemunhas, entre eles, muitos criminosos condenados na Justiça por outros crimes, "não anula o bárbaro crime cometido". E que as provas anexadas aos autos provam que a morte foi uma vingança, porque Baiano estava junto com José Hugo no dia 31 de junho, quando este matou com um tiro na nuca o irmão de Hildebrando.
"Foi a maior caçada que se teve nesse Estado", afirmou. "Empreenderam uma busca seqüestrando e matando familiares para chegar em Hugo."
Ontem, no segundo dia do júri popular que analisará a condenação ou não de três dos sete acusados pelo assassinato, Hildebrando fez uma autodefesa em que se declarou um "preso político" e, pela primeira vez desde que foi preso, em 1999, disse saber quem foram os verdadeiros assassinos. Seriam dois ex-parlamentares amigos dele já mortos, o ex-vereador e policial Alípio Ferreira e o ex-deputado Carlos Airton.
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