sexta-feira, 23 de outubro de 2009

SÓ PARA DIZER, QUE NUNCA FALEI DE ROSAS II

Por: Alex Mendes
Sou um Jurutienses que adora Manaus, e detesta o “jeitinho”. Também me irrita o patrimonialismo, nepotismo, essa doença brasileira de sempre tirar vantagem do que é público.

Já votei em Lula, hoje não voto mais. Não desfraldo minha origem pobre para ganhar benefícios políticos. Faço questão de valorizar o estudo. Minha origem é de uma família humilde, de avô e avó analfabetos, porém os seres mais inteligentes que já conheci. Nunca comi o pão que o diabo amassou. Sou filho de pobre, porém nunca passei fome. Apesar dos meus Pais em Manais serem bem relacionados, nunca gostei de levar benefícios com isso.

Tive o prazer na adolescência de conviver com intelectuais, políticos, historiadores. Posso até citar alguns dele, como meu querido, Senador Evandro Carreira, que é o Maior Amazonologo vivo no planeta, Alexandre Otto, membro mais novo do Clube da Madrugada, publicitário e poeta, uma inteligência divina, Jota Alves, escritor e analista político, Aluisio Nogueira, grande historiador político, um verdadeiro quadro da esquerda política Brasileira, entre outros tantos. Sou daquelas pessoas que tem amigo de todo tipo e em todo lugar.
Lembro de um tempo da minha infância recente em juruti quando sonhava em ser um grande arquiteto e só me interessava em ficar fazendo mapinhas da cidade, desenhando ruas e edifícios no chão da humilde casa de minha querida avó. Essa mania acabou quando resolvi fazer vestibular em Manaus e percebi que não dava “pra” matemática. Como fazia mapas, também fazia poesia, porque era um romântico, um cara cheio de dores-de-cotovelo e principalmente cheios de ideais. Até os 18 anos achei que poderia mudar a história e que mundo era fácil de mexer.

Fui criado por minha Avó e pelo meu querido Tio. Guardo os dois no meu coração. Na verdade os três, por que meu Avô também participou da minha criação. Minha avó materna é uma mulher fantástica, aberta e deixou um grande buraco na minha vida quando resolvi deixa-la.
Descobri ainda em juruti que podia transforma idéias em textos e por um curto tempo fui compositor, onde conheci vários amigos e conheci também meu primeiro amor que anos depois descobri que não seria o único.

Nesta reflexão que faço neste momento lembro de um grande amigo, hoje um senhor casado e pai de família, Nairo Queiroz, mente brilhante, descobri com ele minha vocação poética. Discutia com ele, versos, rimas e prosas. Talvez o Nairo tenha sido a pessoa que mais influenciou na minha adolescência para compor.
Conheci o sexo, também em Juruti, sei lá quando, sou meio desinteressado por este tipo de assunto. Sexo bom pra mim é sexo com amor. Meus amigos todos há muito já transavam mulheres e eu ficava apenas preocupado com o lado romântico da coisa. Por isso, nunca procurei prostitutas como meus amigos e só conseguia um relacionamento se a parceira era minha namorada. A primeira foi uma moça mais velha e me deu grandes lições de sexo. De cara, tirei diploma.
Nunca consegui encontrar alguém que me entenda e, a essa altura, já não sei dividir mais nada. Já não tenho saco pra ser cobrado de nada e dificilmente às mulheres entendem que gosto de ficar sozinho com meus versos, escutando música ou simplesmente em silêncio. Sempre fui um cara certinho, sem as rebeldias dos jovens atuais. Claro que algumas vezes dava minhas fugidinhas de casa, mas sempre voltava como um bom menino. Aos 13 anos, comecei a descobrir que minhas poesias podiam ser letras de músicas, mas só assumi isso aos 15 anos, quando entrei no Mundurucu e conheci um grande parceiro, Júnior Batista. Antes disso procurei conhecer tudo sobre teatro, pois sabia que era um bom veículo pra me tornar compositor ou talvez cantor. O último nunca se tornou realidade não tenho voz para isso.
Cheguei a me empolgar no dia da estréia como ator. O palco estava pronto, O teatro Amazonas. A peça era sobre São João e tive alguns momentos de alegria imaginando que seria o ator principal. Quando o Diretor distribui os créditos descobri que seria figurante. Na verdade sempre procurei as respostas através da vida, fiz o figurante e na próxima peça virei o ator principal. Fiz teatro no curto tempo por que a política sempre me empolgou e desde antão, resolve fazer política e não teatro.
Tenho alguns amigos que chegam a comentar que meus artigos derrubam até avião, mais a verdade e que quando escrevo, não planejo absolutamente nada. Acho que sou a pessoa mais desorganizada que você pode imaginar. Tudo me acontece de supetão, porque nunca sei como a coisa vai sair. Agora, quando a inspiração vem, sou Caxias mesmo, muito sistemático. Quando sento à mesinha, faço mesmo. Se a idéia não pinta, puxo por ela até acontecer. Só sou disciplinado para trabalhar. Pode ser até ser às três horas da manhã. Mas se começo um artigo ele tem que sair. Depois fico semanas melhorando as rimas.
Perdi até amigos por esse meu lado critico não ligo, talvez essas pessoas nunca fossem meus amigos de verdade.

Minhas influências literárias são completamente loucas. Nunca tive método de ler isso ou aquilo, saio de Karl Marx para Maquiavel e volto para Lênin e por incrível que pareça leio também Arnaldo Jabor meu preferido na literatura Brasileira atual. Mais Gosto também de Rui Barbosa, Manuel Bandeira, Gabriel Garcia Marques e sua “putas triste” meu preferido na literatura jornalística entre tantos autores que já li.
Estou escrevendo um livro, mais não tenho data para terminá-lo. Não estou desmerecendo o que escrevi até hoje; é que sempre foi muito fácil, para mim, escrever. Não sou um grande literário, nem quero. Por isso, escrevo o que vem na cabeça.

Mas o dia-a-dia não é poético, todo mundo dando duro e a cada minuto alguém sendo assaltado ou atropelado. Então, vamos transformar esse tédio todo numa coisa maior. Li uma vez que você vive não sei quantas mil horas e pode resumir tudo de bom em apenas cinco minutos. O resto é apenas o dia-a-dia. Um olhar, uma lágrima que cai, um abraço… Isso é muito pouco na vida. Então, isso vale mais que tudo para mim. Prefiro não acreditar no Day after, no fim do mundo, no apocalipse.
Nesta minha atual fase, o que me dá maior prazer além de escrever é fica sozinho meditando, às vezes chego a ficar a noite inteira pensando como seria feliz se tivesse feitos as escolhas certas, como seria minha vida se tivesse optado pela razão, mas não tenho mais tempo para ficar remoendo o passado. A verdade e que o passado não volta, então agora só me resta esperar por dias melhores.
Fico feliz quando penso que o homem difere dos bichos e das plantas porque pode amar sem reproduzir - embora o Papa não goste disso.

A minha ideologia é a da mudança. É a coisa de mudar o Brasil, em qualquer dimensão. Mas estou com as pessoas que podem mudar alguma coisa, dou a maior força. Sou socialista por vocação, por natureza, por amor mesmo. Porque acho que o socialismo está no meio, está entre o comunismo ditatorial e o capitalismo selvagem, num ponto onde a iniciativa privada pode dar alguma coisa também.
Quando ouvi Cazuza pela primeira vez, nem sabia o queria dizer "Ideologia", nem sabia o que isso queria dizer, fui ver no dicionário. Lá estava escrito que indica correntes de pensamentos iguais e tal… A música, por sua vez, é muito pessimista, porque, na verdade, é a história da geração, há de 30 anos, que viveu o vazio todo. É meio amarga porque eles achavam que ia mudar o mundo, não conseguiram mudar nem o Brasil, pode olhar esta tudo igual; bateu uma enorme frustração. Não queria voltar a esse assunto mais a cassação do José Dirceu marcou minha vida. Sempre fui fã do Dirceu, e nunca gostei do Lula.

Mas os problemas do Brasil parecem ser os mesmos desde o descobrimento. A renda concentrada, a maioria da população sem acesso a nada. A classe média paga o ônus de morar num país miserável. Coisas que, parece, vão continuar sempre. Nós teríamos saída, pois nossa estrutura industrial até permitiria isso. O problema do Brasil é a classe dominante, mais nada. Os políticos são desonestos. A mentalidade do brasileiro é muito individualista: adora levar vantagem em tudo.
Educação é a única coisa que poderia mudar este quadro. Brasileiro é grosso e mal-educado, porque não pensa na comunidade, joga lixo na rua, cospe, não está nem aí. Este espírito comunitário viria com a cultura. Acho que o socialismo talvez possa trazer este acesso maior à cultura de massa. Fazer como o Mao Tsé-tung fez com a China. Educar todo mundo à força. Temos que estudar, ler, ter acessos a livros.

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