quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Só pra dizer que não falei nas rosas

Por: Alex Mendes
Tudo fica difuso quando tento lembrar dos grandes momentos da minha vida. Êxtase se esvai na memória. Uma vez amei uma mulher, só depois que ela me disse não. Acho que pareço com Cazuza, e que o amor é o ridículo da vida mesmo. Apesar de não acreditar nisso.
Tenho inveja da Geração 70 porque sumira dos corações o amor eterno, as juras de fidelidade, o amor ficou minúsculo, e passou a se insignificante. As paixões ficaram súbitas, e as separações eram constantes. O casamento ficou careta, pois nos faltavam as regras ensinadas pelos nossos avos. No entanto, as emoções estavam escondidas no inconsciente, mas presentes nas manifestações de ciúme, medo pela perda do ser amado.
Um dia perguntei para um amigo, o que faz o amor tão constante é o medo da rejeição ou simplesmente à dor de corno? Ele não me respondeu do jeito que meu ego queria, mas acabou despindo a cidade entre um gole e outro de cerveja e umas citações do meu querido Nelson Gonçalves. Ele mesmo o Nelson Gonçalves que via a dor e o sofrimento da classe média dos anos 30 e 40, esmagada pela moralidade, que via o drama de amor e sexo entre vizinhos, nas casas de família. Eu, mesmo já escalei muro para entrar no quarto de uma mulher, eu já dormi bêbado na calçada e acordei só. O amor te faz ridículo e cômico, e a dor de corno te faz feminino, ai você conhece o desespero da condição humana. Se o amor te preenche de felicidade, o pós-amor inspira compaixão.
Em outro artigo que escrevi, disse que pensava que o amor era eterno. Eterno, mesmo são os momentos que as pessoas passam juntas.
Já fui casado! É peguei um fora desses. É terrível o período de pós-amor. Escola, trabalho e faculdade tudo vira um pesadelo, porque a dor do pós-amor é física, digo uma experiência de morte.
Falo nesse assunto nesse momento por que ando sem muita inspiração para o amor há muito tempo. Ando sem saco, sem vontade e sem tesão. Outro dia encontrei um velho amor da minha juventude recente, ambos estávamos acompanhados. Ela estava com o esposo e uma linda filha. Trocamos olhares e sorrisos de certa maneira disfarçados e pude ver como o amor mudar, os pares mudam. Mais os verdadeiros amores nunca mudam só trocam de pares, também pude analisar como as coisas mudaram de alguns anos para cá.

Certas incertezas me percorreram a alma depois daquele encontro. Quando realmente podemos saber que nossos pares nos amam de verdade.

Meus amigos de bares dizem que, “você sabe que é amado porque lhe disseram isso”.

Uma ex-namorada me disse que a demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras. Outro amigo meu que teve uma grande desilusão amorosa foi mais incisivo. “Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que se coloca a posta para ouvir suas dúvidas, e que dá uma sacudida em você quando for preciso”.

Na verdade todos nos homens e mulheres estamos procurando sempre a felicidade, profissional, pessoal e amorosa. Eu fico com o lado romântico da história, para mim, ser amado é ver que ela lembra de coisas que você contou há dois anos atrás. É ver como ela fica triste quando você está triste, e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo deágua.

Não acredito na palavra “eu te amo”, por que frases nunca dizem o que realmente sentimos de verdade.

Na verdade desejamos as mulheres que não existe. Se pudesse casaria com o espelho do meu banheiro.

A grande parcela das mulheres hoje é fútil vivem querendo sempre está na moda, em acrobáticas posições ginecológicas para simplesmente raspar os pelos pubianos.
Outras com: Silicone, pêlos dourados, bumbuns malhados, tudo para agradar aos consumidores do mercado sexual. É só olhar as revistas povoadas de mulheres lindas.

Nós nos sentimos cada vez mais só, diante de tantas ofertas sexuais penduradas em centenas de bancas de revistas. Vejo que no Brasil o feminismo se vulgarizou numa liberdade de "objetos", produzindo mulheres livres como coisas, livres como produtos perfeitos para o prazer.

Só que a futilidade feminina esqueceu que a concorrência é grande para um mercado com poucos consumidores, pois há muito mais mulheres que homens na praça.
Talvez este artigo seja moralista ou talvez não. Mas eu olho as revistas penduradas na bancas com mulheres nuas e só vejo paisagens; não vejo pessoas com defeitos, medos e insegurança. Só vejo mulheres oferecendo a doçura total o amor perfeito e muitas vezes até eterno. Nunca as mulheres na história deste país foram tão nuas.
Penso que essas mulheres querem nos humilhar com sua beleza inconquistável, com suas boquinhas tímidas, outras com suas farsas virgindades, outras com suas cara de zangadas, ferozes gatas, mas todas nos olham dentro dos olhos como se dissessem: "Venham... eu estou sempre pronta, sempre alegre, sempre excitada”.
Outras mulheres são umas misturas de menina com vampiro, de doçura com loucura e todas ostentam uma falsa excitação devoradora. Muitas simplesmente querem dinheiro, marido rico, lugar social, respeito, mas as futilidades as fazem posarem como imaginam que os homens as querem.
Elas ostentam um desejo que não têm e posa como se fossem apenas corpos sem vida interior.
Fico a imaginar o que nos promete essas mulheres virtuais, talvez um orgasmo infinito.
Só nos resta a certeza de que nosso sexo é programado por indústrias masturbatórias, nos provocando desejo para nos vender satisfação.
A democracia de massas, mesclada ao subdesenvolvimento cultural, parece "libertar" as mulheres. A "libertação da mulher" numa sociedade ignorante como a nossa deu nisso: pensando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor e dinheiro. Essa liberdade de mercado produziu um estranho e falso "mercado da liberdade".

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