(Foto: Jaime Souzza)
Um dos principais articuladores para a aprovação, pelo Congresso, do projeto que resultou na realização do plebiscito, o presidente do PMDB no Estado, Jader Barbalho elogiou o clima tranquilo com que a consulta foi realizada. Disse que a votação mostrou que o país está preparado para ouvir mais vezes a população em relação a questões de interesse de todos. “Que venham mais plebiscitos. Democracia se faz com votos. Hoje (ontem) pudemos ver que isso pode ser feito de maneira fácil e num clima de paz”.
Barbalho, contudo, fez críticas ao que considerou um tom superficial e excessivamente emocional das campanhas. “Foi perdida a oportunidade de um debate mais profundo sobre as questões mais fundamentais do Estado. Com todo respeito aos que formaram as frentes, os debates não envolveram setores amplos da sociedade paraense”, disse.
Barbalho disse que o resultado não foi surpresa. “Qualquer observador mais atento saberia que com todo o Estado votando o não venceria, porque a maior parte do eleitorado está na área que não quer se separar”. Para ele, não deve haver hostilidade entre as regiões. “Não vejo um irmão santareno hostilizando alguém de Belém”.
Para o peemedebista, o que ficará do plebiscito serão as dificuldades das populações que moram nas regiões mais distantes. Esse, segundo ele, é o desafio dos governos, que precisam administrar um Estado com parcos recursos e grandes demandas. “Não é fácil governar o Pará. Quando fui governador, lembro que, no final das contas, metade do que tínhamos com investimento era gasto apenas na recuperação da malha viária”. Jader lembrou que, apesar das dificuldades, conseguiu amenizar o isolamento da região sul/sudeste. Uma das obras que mais contribuiu para isso foi a rodovia PA-150. Antes dela, os paraenses dessas regiões precisavam passar por Goiás para chegarem à capital.
“O que as pessoas querem não é morar em outra unidade da federação. Elas querem é o estado mais presente”, concluiu. Barbalho votou por volta das 11h30, na escola municipal Manoela Freitas, na avenida Gentil com José Bonifácio. Ele chegou ao local de votação acompanhado de assessores, por volta das 11h, mas ainda aguardou cerca de meia hora na fila.
Muito assediado por admiradores, Jader conversou com os eleitores e ouviu pedidos para que lute mais ainda pelo povo do Estado. Ele disse que, “em respeito a cada eleitor”, não iria comentar o seu voto. Mas disse que o Pará precisa de investimentos “estruturais para desenvolver não só as regiões separatistas, mas todo o Estado”.
Antes da votação, o senador afirmou que “projetos prioritários precisam ser viabilizados, seja qual for o resultado”. Ele destacou a derrocada do Tocantins, etapa final da hidrovia Araguaia Tocantins - “um sonho acalentado por mais de uma geração” - que foi retirado do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento do governo Federal).
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