No AMAZÔNIA:Já duram 35 dias o bloqueio do rio Arapiuns, em Santarém, promovido por um grupo de ribeirinhos. O protesto resultou no sequestro de duas balsas carregadas de madeira, que, segundo os ribeirinhos, tinha origem ilegal. Porém, quando uma comissão formada por Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou que toda a madeira que estava sendo transportada tinha origem legal, os manifestantes assumiram que o protesto objetiva o reconhecimento da comunidade como indígena pela Fundação Nacional do Índio (Funai).Desde o dia 12 de outubro, quando começou o protesto e o rio foi bloqueado, as balsas estão apreendidas e a tripulação feita refém pelos manifestantes. Segundo o gerente de navegação da empresa M2000, Pedro Moraes, além de madeira, as balsas também transportam combustível e alimentos destinados aos trabalhadores dos planos de manejo florestais na região. Um desses carregamentos de combustível é destinado à empresa Rondobel Madeiras, que executa um plano de manejo florestal sustentável em processo de certificação. 'Sem o combustível, nossa produção parou 100%, estamos também ficando sem suprimentos. Caso a situação não se resolva logo entraremos em uma situação desesperadora', diz Fernanda Belusso, diretora da Rondobel. Ela calcula que o prejuízo acumulado já passou de R$ 2 milhões. A apreensão da madeira deixou a M2000 sem matéria-prima para abastecer seu parque industrial. Com isso, a empresa terá que paralisar as atividades de sua fábrica em Belém, podendo causar o desemprego de mais de 170 trabalhadores no distrito de Icoaraci.O secretário estadual de Meio Ambiente, Aníbal Picanço, disse que a Sema vistoriou a documentação das madeiras, que se provou de origem totalmente legal. 'Também, a pedido do Ideflor e do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR) vistoriamos uma unidade de manejo florestal sustentável na região e não se constatou nenhuma irregularidade, nem mesmo conflito entre os comunitários e os empresários na região', disse. Amanhã uma comissão viajará até o Arapiuns para tentar resolver o impasse. Desta vez, representantes da Funai, Ministério Público Estadual (MPE) e Federal negociarão a liberação das balsas.
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