Começa hoje o processo de transição na Casa Civil do governo Ana Júlia Carepa com a primeira reunião entre o futuro titular do cargo, Everaldo Martins, e o ainda secretário, Cláudio Puty, que deixa o posto por pressão de lideranças do próprio PT.
Martins, que hoje ocupa a Secretaria de Planejamento do município de Santarém, tinha passagem marcada para Belém às 2h40 desta madrugada. Logo que desembarcasse na capital, se encontraria com o presidente do PT, João Batista Barbosa, e depois teria encontro com Puty. Até a noite de ontem não havia horário definido para essa reunião.
Cauteloso em relação ao cargo que assumirá Martins não quis falar em prioridades. Disse que quer primeiro conversar com o governo para traçar um cenário e então definir como será o trabalho. O novo chefe da Casa Civil deve manter como adjunto Milton Rezende, da Democracia Socialista (DS), tendência de Puty e da governadora Ana Júlia.
Fontes do PT afirmam que Miltinho -como é conhecido o adjunto - deverá cuidar mais da parte administrativa da pasta, enquanto Martins ficará com a missão de melhorar a articulação política do governo com petistas e aliados de outros partidos.
REFORMAOntem, na Assembleia Lesgislativa, a governadora Ana Júlia confirmou que a reforma administrativa estará concluída até 1º de março. Além de Puty deixarão os cargos os secretários de Cultura, Edilson Moura; de Transportes, Valdir Ganzer e de Urbanismo Suely Oliveira. Todos serão candidatos nas próximas eleições.
Ana Júlia minimizou a antecipação da reforma administrativa feita em meio a uma crise entre a DS e a tendência “PT para Valer”. Lembrou que a antecipação é de apenas um mês, já que, por força da lei eleitoral, os secretários que são candidatos teriam que deixar os cargos até 3 de abril. “Antecipamos para que possamos ter tranquilidade nas políticas e nas ações que estão sendo realizadas”.
A intenção do governo é manter, por enquanto, todas essas secretarias ocupadas pelos atuais adjuntos, mas poderá lançar mão dos cargos para acomodar aliados das tendências do PT e de outras legendas.
No PT, a pressão é para que Puty deixe o cargo antes dos outros três secretários, possivelmente nos próximos 10 dias. Além da saída do chefe da Casa Civil, a governadora prometeu aos petistas que abrirá o chamado núcleo duro do governo oficialmente batizado de coordenação de governo. Até hoje, apenas secretários da DS participavam do grupo de conselheiros mais próximos de Ana Júlia.
A partir de agora, três secretários de outras tendências farão parte: Ivanise Gsparim, da pasta do Trabalho, que é da tendência Ação Socialista dos deputados federal Beto Faro, e estadual Carlos Bordalo; Cásssio Pereira, secretário de Agricultura que representa a tendência “PT pra Valer” dos deputados Zé Geraldo (federal) e Bernadete ten Caten (estadual), além do novo chefe da Casa Civil que é ligado ao deputado federal Paulo Rocha da tendência Unidade na Luta. Juntas, essas tendências representam 80% do PT no Pará e reivindicavam mais espaço no Executivo.
Indagado se a partir de agora o governo terá mais cara de PT, o presidente do partido disse que a administração sempre teve face petista, mas admitiu que “haverá um envolvimento maior do conjunto do partido nas decisões”.SÍNTESEEVERALDO MARTINSÀ frente da Casa Civil, terá a missão de melhorar a articulação política do governo com petistas e aliados de outros partidos.
CLÁUDIO PUTY Deixará a Casa Civil por pressão de lideranças do próprio PT.
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